As drogas, a começar pelo álcool, serviram como um refúgio e fuga para muitos destes artistas e músicos dominados pela fama e pelo estilo de vida rápido dos shows musicais. O sexo foi quase um fluxo natural dos ambientes carregados pelo assédio e cobiça de jovens fãs que fariam qualquer coisa para se aproximar de seus ídolos.
A canção Money For Nothing de Dire Straits, fala dessa realidade: “É assim que faz – Você toca guitarra na MTV – Ganha dinheiro sem fazer esforço – E garotas de graça”.
O que esta canção não revela são as conseqüências deste estilo de vida. Janis Joplin, Jimmy Hendrix, Jim Morrison, Elvis Presley, Fred Mercury, Elis Regina e Cazuza, representam algumas das inúmeras mortes de ídolos musicais por overdose de drogas e doenças sexualmente transmitidas como a AIDS.
Mas ainda assim a música popular continua apregoando um estilo de vida onde sexo e drogas são adornos naturais. No Brasil atualmente, a música dos grupos baianos, funk, e até samba, estão tão carregadas de insinuações sexuais que deveria fazer as pessoas corarem de vergonha. Deveria mas não faz. Por que? Talvez porque nossa sociedade tenha perdido a vergonha. Grupos musicais defendem o uso da maconha com o pressuposto de que é uma erva natural. Esquecem-se de que nem tudo que é natural é benéfico para a saúde. Há muitos venenos naturais por ai.
Qual deve ser a postura cristã diante desse quadro? Será que devemos condenar todo estilo musical por causa do que está sendo comunicado através do mesmo? Claro que não! Se assim fosse, nós cristãos deveríamos viver num deserto cultural. Sabe por que? Porque hoje já não é mais sexo, drogas e rock´n´roll, mas sim sexo, drogas, rock´n´roll, rap, pagode, axé, música lenta, forró, e até música clássica.
O que fazer então? Temos que parar imediatamente de entregar ao diabo tudo que ele diz que é dele. Tudo é de Deus, e do diabo é só aquilo que entregamos a ele. Como cristãos, precisamos aprender a arte de redimir elementos da cultura como a música e utilizá-los para comunicar as verdades eternas do evangelho de Cristo.
Engraçado que muitos pastores condenam o rock´n´roll como forma de adorar a Deus, mas não condenam o uso da gravata, que foi projetada por um homossexual que criou sua invenção querendo que se parecesse com o órgão sexual masculino. Creio que os cristãos também não devem ouvir, por razão nenhuma, músicas cuja letra, melodia e propósitos não glorifiquem a Deus em nada, mas certamente não colocamos os estilos musicais no lixo por causa disso, caso contrário, teríamos que cantar só ritmos de Marte.
Precisamos aprender com Lutero. Durante a Reforma na Alemanha, Lutero utilizou ritmos populares de sua época para comunicar sua mensagem através dos 36 hinos que escreveu. O poder de comunicação das músicas de Lutero foi tão grande na propagação da Reforma Protestante que até mesmo seus inimigos tiveram que reconhecer seu impacto. O padre jesuíta Adam Conzenius lamentou dizendo: “Os hinos de Lutero destruíram mais almas que seus ensinamentos ou mensagens”. Vale salientar que os católicos pensavam que Lutero estava destruindo as almas, quando ele, na verdade, estava conduzindo-as à salvação mediante a fé em Cristo Jesus.
Será que devemos nos isolar no mundo para que nossa vida, mensagem e música sejam relevantes e produzam o máximo de impacto na vida das pessoas? Definitivamente não!
Para produzir efeito, o sal deve estar em contato com o alimento. Sal no saleiro, não produz seu efeito. Da mesma forma, o apóstolo Paulo diz: “Sejam filhos de Deus, sem culpas, vivendo num mundo de gente pecadora e perdida. No meio dessa gente, vocês devem brilhar como as estrelas do céu, entregando a eles a mensagem de vida.” (Fil. 2:15 e 16).
Precisamos ter clareza em nossa mensagem ao comunicá-la através de todos os meios de comunicação possíveis. E, como já vimos, a música é um tremendo meio de comunicação que, lamentavelmente, tem sido utilizado para comunicar a morte, a destruição, e a separação completa do homem de Deus e de seu próximo.
Cabe a você e a mim como cristãos mudar este quadro. Vamos arregaçar as mangas e ser instrumentos de Deus para uma revolução espiritual e cultural que irá alterar os rumos da nossa história. À luz de tudo isso, o rock´n´roll deixa de ser o som demonizado do inferno e passa a ser mais um instrumento para expansão do reino de Deus na terra, mais um servo de Cristo.
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