por Sérgio R. Ferreira Sou Ana Del Pietra, tenho quinze anos, e sobrevivi ao terremoto que arrasou meu país. Apagaram-se as luzes e a escuridão era tudo que se podia ver. O gosto de poeira entrava pelas minhas narinas e fazia arder meus olhos. Encolhi os ombros com medo, pois apesar de não estar vendo nada, ouvia gritos e barulho de paredes desabando. Um grito de terror misturado com dor ressoou perto de mim. Eu não tinha forças para me mexer, fiquei paralisada, embora não sentisse nenhuma dor, eu estava perplexa. Percebi que eu estava no meio dos escombros. Tudo tinha acabado. Cadê a Rose? Naquela tarde tudo parecia normal. Eu percorri o caminho de sempre. Estranhei que minha prima Rose não tivesse aparecido na escola e resolvi visitá-la, afinal éramos apelidadas de “as gêmeas”, e não era pela aparência física. Na verdade, fisicamente éramos bem diferentes. Eu, mais moderninha. Cabelos esticados, castanhos escuros, mas com uma mecha loira na frente, isso ressaltava mais a minha pele n